domingo, 14 de agosto de 2011

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


As competências exigidas na prova de

Ciências da Natureza e suas Tecnologias





A ciência no dia-a-dia - Algumas aulas tentam fazer das descobertas científicas verdades absolutas. Nessa primeira competência, o aluno precisa demonstrar que compreende serem as ciências naturais fruto da construção humana, dando soluções para problemas apresentados e indicando benefícios e impactos de tecnologias ligadas à física, à química e à biologia.


Circuitos elétricos e consumo racional - Nem tudo no Enem é muito racional. Nessa competência estão relacionadas coisas diferentes: as noções básicas de elétrica e eletrônica, a capacidade de compreender manuais de equipamentos e a capacidade de se comportar como um consumidor consciente e responsável. De conteúdo, é importante conhecer bem conceitos como circuito em série, circuito em paralelo, resistência, tensão, potência e corrente, além de calcular o gasto de energia de equipamentos. Sobre consumo racional, o Enem deve propor comparação entre diferentes produtos, como, por exemplo, o que gasta menos energia, qual é melhor do ponto de vista nutricional, qual tem as características ofertadas na embalagem.


Degradação, conservação ambiental e ciclo da água - A análise do uso dos recursos naturais e as propostas de intervenção humana que diminuam o impacto da ação do homem no planeta são os temas dessa competência. Para o candidato, é importante identificar impactos negativos na extração e uso dos recursos naturais e reconhecer as melhores práticas para minimizá-los ou eliminá-los. Reduzir, reciclar e reutilizar são as palavras de ordem.


Genética e saúde pública - De conteúdo, será necessário repassar os temas básicos relacionados à genética, como os tipos de reprodução e as diferentes teorias da evolução. A questão da saúde pública do brasileiro irá aparecer, sobretudo em relação a questões sociais em temas de higiene, alimentação, saneamento, sexualidade e qualidade de vida.


As ciências naturais apresentadas na vida cotidiana – Será importante a compreensão das linguagens em que as ciências naturais se apresentam na vida cotidiana e dos códigos em que o conhecimento científico é apresentado. Também é preciso pensar o desenvolvimento das ciências através de experiências e novas descobertas. Textos, tabelas, gráficos ou símbolos serão usados como instrumentos para a apresentação das questões. Qualidade da água e dos alimentos, saneamento básico e vacinas são temas que deverão aparecer na competência de número 5.


Fenômenos físicos – Aqui o Enem irá cobrar parte do que é aprendido nas aulas de física. É importante lembrar que nessa e nas próximas duas competências o aluno não deve se preocupar com o aprendizado aprofundado dos conteúdos indicados. Um nível médio de conhecimento é suficiente para resolver as situações-problema que serão propostas no exame. Tempo, distância, espaço, força, energia, potência, trabalho, calor, temperatura, dilatação, transmissão de energia, corpo, atmosfera e radiação serão os conteúdos cobrados. Além disso, os alunos precisam conhecer as formas de geração e transformação de energia, sobretudo as mais eficientes e mais modernas. Energias renováveis, biodiesel, GNV e pré-sal são os temas mais prováveis para a prova.


Fenômenos químicos - Uma parte da matéria de química será cobrada nessa competência. Em primeiro lugar, a compreensão da linguagem química. Entre os conteúdos mais privilegiados estarão os estados da matéria, as ligações e reações dos elementos químicos, os processos de produção, transformação e consumo de energia, as substâncias químicas (rendimentos e implicações sociais) e as mudanças no meio ambiente, com seus riscos e benefícios.


Biodiversidade, ética em pesquisa e saúde pública - A biologia do Enem é mais leve que a física e a química. Como a genética já é cobrada em uma competência anterior, na competência 8 aparece a biodiversidade – o aluno precisará mostrar que compreende comportamentos biológicos dos seres vivos nos ecossistemas, principalmente nacionais, e valorizar a ética na pesquisa com eles. Ações voltadas para a promoção da saúde pública nos níveis do indivíduo, da sociedade e do ambiente em que vivemos também aparecem. Como saúde pública já é objeto da competência 4, o assunto é o grande destaque – ao lado de preservação ambiental – da prova de Ciências da Natureza.

domingo, 3 de julho de 2011

Cronograma de Atividades

ATENÇÃO:

A partir do dia 06 de agosto as aulas terão a duração de 03 (três) horas, sendo assim deverá começar às 7:30 e vai até às 10:30.

sábado, 2 de julho de 2011

Promessa é dívida

Prezados(as) Alunos(as):

Como prometido, estou postando as competências que serão avaliadas, ok? Vamos a elas:

1. Demonstrar domínio da norma culta.

2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito de várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação .

5. Elaborar uma proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sóciocultural.

Só lembrando, ainda existe os pontos-extra, que são da coerência e da coesão.

Por falar nisso, vai aí um link que explica muito bem essas duas estruturas:


Bom estudo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Bom dia!


Apesar de bizarra, a foto não passa de uma galhofa. Ela também serve para desejar um bom dia a todos(as) que estão presentes na aula de hoje.

Sendo assim, vamos até o site que originou essa foto:

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os diferentes tipos de intervenção, empregadas pelos professores, na correção de uma redação


A correção indicativa: ocorre na maioria esmagadora dos casos pesquisados. Todos os professores fazem uso dessa estratégia, com maior ou menor freqüência. Nesse tipo, as correções ocorrem tanto na margem do texto do aluno (conforme Serafini), como no próprio corpo da redação (como encontrei nos textos analisados). São estratégias indicativas no corpo do texto:

o professor circunda (ou sublinha) a palavra em que ocorre o problema;

o professor circunda (ou sublinha) a seqüência de letras onde se localiza o problema;

o professor circunda (ou sublinha) a forma problemática;

o professor traça um "X" no local de ocorrência do problema;

o professor traça sinais acompanhados de expressões breves, na seqüência lingüística próxima à ocorrência do problema .

São estratégias indicativas na margem do texto:

o professor traça um "X" na direção da linha onde ocorre o problema;

o professor traça um asterisco, na direção da linha onde ocorre o problema;

o professor traça linha(s) vertical (is) paralela(s), chave(s) ou colchete(s), na direção do trecho onde ocorre o problema.

Agora é possível dizer em que consiste a correção indicativa: é simplesmente apontar, por meio de alguma sinalização (verbal ou não, na margem e/ou corpo do texto), o problema de produção detectado. Por uma questão de rigor metodológico, eu não diria (conforme disse Serafini) que nesse tipo de correção o professor "altera muito pouco", simplesmente porque ele "não altera nada", somente indica o local das alterações a serem feitas pelo aluno.

Esse é o tipo de correção mais largamente empregado pelos professores-sujeitos, seja como único recurso de correção, seja como reforço às demais formas interventivas.

A correção resolutiva: segundo Serafini (1989:113), consiste em reescrever todos os erros, reescrevendo palavras, frases e períodos inteiros. Nela, o professor realiza uma delicada operação que requer tempo e empenho, isto é, procura separar tudo o que no texto é aceitável e interpretar as intenções do aluno sobre trechos que exigem uma correção; reescreve depois tais partes fornecendo um texto correto. Neste caso, o erro é eliminado pela solução que reflete a opinião do professor.

Encontrei muito pouco desse método de abordagem no conjunto de redações analisadas. E assim como pude verificar nas correções indicativas, nas de cunho resolutivo há uma variação na forma de intervenção que vale a pena ser mencionada. De um modo geral, elas se concentram mais no corpo do texto do que na margem ou "pós-texto".

Estratégias resolutivas no corpo do texto:

Estratégia de adição: o professor acrescenta forma(s) no espaço interlinear superior à linha em que ocorre o problema.

Estratégia de substituição: o professor reescreve a forma substitutiva no espaço linear superior à linha em que ocorre o problema.

Estratégia de deslocamento: o professor reescreve, em outro lugar do texto, a forma problemática (além de indicar o item a ser deslocado).

Estratégia de supressão: o professor risca a forma de supressão.

Estratégias resolutivas na margem do texto:

O professor escreve a forma alternativa na direção da linha em que ocorre o problema.

Estratégias resolutivas no "pós-texto":

O professor escreve, no "pós-texto", a forma alternativa à forma problemática.

Como se pode observar, as resolutivas concentram-se no corpo do texto, sendo pouco freqüentes as resoluções nas margens e menos ainda no "pós-texto". Além disso, vale a pena frisar que, na maior parte dos casos de correção resolutiva, há igualmente indicações, a título de reforço. No último caso citado ocorre apenas um deslocamento – em vez de fazer a operação in loco,o professor opta por fazê-la no "pós-texto" do aluno.

A análise nos permite dizer que, agindo dessa maneira, o professor nada mais faz do que meramente apontar para o aluno os locais onde ele deve operar no texto, seja substituindo, seja retirando, seja acrescentando ou deslocando formas.

Estou constantemente chamando a atenção dos leitores para o fato de existirem meios e meios de correção de redações dos alunos na escola, frisando sempre que é um trabalho árduo, desde que feito com seriedade e compromisso com o futuro daquele ser humano em relação ao uso da língua escrita.. Pretendo encerrar minhas análises sobre os tipos de correções propostos, para passar às reflexões sobre a relação do pesquisador analista no diálogo correção/revisão, trabalho que realizarei em outro número desse mesmo periódico.

A correção classificatória:

Tal correção consiste na identificação não ambígua dos erros através de uma classificação. Em alguns desses casos, o próprio professor sugere as modificações, mas é mais comum que ele proponha ao aluno que corrija sozinho o seu erro (...) Frente ao texto:

"Ainda que eu ia a praia todos os verões...".

o professor sublinha a palavra ia (como no caso da correção indicativa) e escreve ao lado a palavra modo.O termo utilizado deve referir-se a uma classificação de erros que seja do conhecimento do aluno (obviamente, neste caso, o modo do verbo é a fonte do erro). (Serafini, 1939:114)

Poucos dos professores analisados adotaram a correção classificatória (preferem a resolutiva). Mas os que o fazem utilizaram um conjunto de símbolos (letras ou abreviações), escritos em geral à margem do texto, para classificar o tipo de problema encontrado. É lógico que o comportamento docente que precede o uso dessa estratégia é previamente combinado com os alunos, que conhecem tais símbolos, os quais variam de professor para professor. Abaixo, farei um quadro demonstrando os símbolos encontrados nas redações analisadas.

Vale a pena ressaltar agora que, como ocorre nos casos de resolutiva, nos de correção classificatória, a indicativa também marca presença, exercendo uma função de reforço expressivo altamente significativa no processo interlocutivo professor/aluno.

O trabalho de interpretação dos símbolos foi difícil e tive que recorrer ao auxílio dos professores usuários. Vou listar apenas alguns dos símbolos encontrados nos textos analisados, o que não quer dizer que os professores consultados não usassem outros, naquela ocasião.

SÍMBOLO

SIGNIFICADO

N.º DE PROFESSORES

A

Acentuação

8

Amb.

Ambigüidade

1

Coe.

Coesão

1

Coer.

Coerência

1

?

Confuso

6

CP/Col.Pron.

Colocação Pronominal

1

CN

Concordância nominal

1

C

Concordância

3

Fica evidente que, nesse trabalho do conjunto de símbolos, houve algumas dificuldades. Algumas classificações me pareceram muito claras, outras não, o que me permite discordar de Serafini quando diz que a classificatória "consiste numa identificação não-ambígua dos erros".

A correção textual-interativa: é o quarto e último tipo de correção encontrado nas redações analisadas. Trata-se de comentários mais longos do que os que se fazem na margem, razão pela qual são geralmente escritos em seqüência ao texto do aluno (no espaço que aqui chamei de "pós-texto"). Tais comentários são como "bilhetes" que, muitas vezes, extensos demais para o tipo redacional, estruturação e temática, mais parecem verdadeiras cartas.

Eles têm duas funções básicas, conforme pude perceber: falar acerca da tarefa de revisão pelo aluno (ou, mais especificamente, sobre os problemas do texto), ou falar, metadiscursivamente, acerca da própria tarefa de correção pelo professor.

Os "bilhetes" se explicam, pois em face da impossibilidade prática de se abordarem certos aspectos relacionados ao trabalho interventivo escrito por meio dos demais tipos de correção apontados. Se resolver ou indicar no corpo, assim como indicar ou classificar na margem não parecem satisfatórios, o professor recorre a essa maneira alternativa de correção, relativamente aos tipos apontados por Serafini. Utiliza, daí, aquele espaço em branco que sobra abaixo da redação na folha de papel, que não foi preenchido pela escrita do aluno.

O que percebi nitidamente nessa estratégia, obviamente em relação aos textos analisados é que, quando falam da revisão, os professores tematizam ora o comportamento verbal do aluno, ora seu comportamento não-verbal. Percebe-se, também que, quando o professor não está interessado em falar dos problemas do texto em si, mas, sim, de outros aspectos relacionados à tarefa de revisão, é por depois motivos que o faz: ou para elogiar o que foi feito pelo aluno (aprovando como foi feito o que o que foi feito), ou para cobrar o que não foi feito. Um exemplo:

Maria Laura, faça as correções com calma, utilizando o dicionário, se for preciso. Sua história está bem estruturada, mas é preciso cuidar da pontuação.

SN

Roberta, você entendeu bem a proposta e criou fatos para ligar as duas histórias. Refaça, com cuidado, as correções. Um beijo e um queijo,

N

Vale a pena ressaltar que o "bilhete" escrito pela professora para Maria Laura, teve resposta, logo abaixo:

"Vou tentar melhorar", escreve a menina e a professora ainda continua o processo escrevendo:

"Melhorou. Corrija o que falta. Gosto de ver a sua dedicação ao estudo de Português". SN

Os "bilhetes" de SN não fazem referência apenas à estruturação da narrativa de M. Laura, mas também e, sobretudo, ao seu empenho no trabalho de produção e revisão de texto. Pela resposta que esta dá em seqüência ao texto da professora, percebe-se que este é o aspecto da correção que mais lhe toca, já que retomado em sua fala e reflete a troca de turnos que ocorre na interlocução aluno/produtor/professor/aluno-revisor.

Os "bilhetes", na realidade, tentam ir além das formas corriqueiras e tradicionais de intervenção, para falar dos problemas do texto. A correção textual-interativa é, pois, a forma alternativa encontrada pelo professor para dar conta de apontar, classificar ou até mesmo resolver aqueles problemas da redação do aluno que, por alguma razão, ele percebe que não basta via corpo, margem, ou símbolo.

Após essa descrição geral das diversas formas de intervenção escrita a distância (em ausência, portanto) do professor no texto do aluno, na próxima série de artigos, procederei ao relato do exame das reescritas (revisões) elaboradas, as quais também analisei, tentando seqüenciar meu trabalho. Quando assim procedi, queria saber qual a natureza das alterações realizadas pelos alunos em suas redações a propósito de correções resolutivas, indicativas, classificatórias ou textuais-interativas.

Por Maria Cristina Ramos,

Drª em Análise do Discusso

pela Unesp/Araraquara/SP

terça-feira, 28 de junho de 2011

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES – REDAÇÃO

1 – Para construir o humor, Jô Soares faz, no texto abaixo, uso do vocabulário médico em sentido conotativo. Leia com atenção:

SALARIOSE ESPONTÂNEA – s.f Micróbio insidioso que aparece de tempo em tempo, contamina uma parte dos parlamentares e faz com que eles aumentem, por sua própria iniciativa, os seus salários. O que mais impressiona neste micróbio é que ele faz com que os deputados atingidos percam completamente a perspectiva e votem o assunto nos momentos mais inoportunos. Como na maioria dos casos das moléstias médico-políticas, o micróbio é incontrolável.

Jô Soares. Pequeno Dicionário Médico-Político Brasiliense

a) Identifique os termos que, em seu sentido denotativo, fazem parte do discurso médico.

b) Qual a intenção do humorista ao utilizá-los em sentido conotativo?

2 – O texto abaixo faz uma afirmação que pode ser controversa.

Brrrrrrr , que medo do Toutatis

Por pouco que o mundo não acabou no sábado 30. São cientistas britânicos da Universidade de Cambridge que garantem isso: “Um asteróide passou muito perto da Terra, numa distância equivalente a 14 vezes a que separa o nosso planeta e a Lua, o que significa zero no campo das astronomia”. O nome do asteróide quase assassino é Toutatis. O que inquieta os pesquisadores é o fato de existirem corpos celestes ainda não identificados e, dessa forma, fica difícil saber se estão ou não em rota de colisão com a Terra.

IstoÉ

a) Transcreva do texto, a afirmação problemática.

b) Explique, com base em dados fornecidos pelo próprio texto, por que tal afirmação pode ser problemática.

c) Há, no texto, alguma informação que poderia justificar a afirmação feita?

3 – Leia com atenção os quadrinhos abaixo:



- A fala de Helga indica um pressuposto sobre os homens. Explicite-o.

- Que opinião sobre o casamento fica implícita a partir da identificação desse pressuposto?

4 – (Unicamp-SP) Para entender a tira abaixo, é necessário dar-se conta de que a pergunta de Helga pode ter duas interpretações.



- No contexto, como deve ser interpretada a fala de Helga?

- Como Hagar interpretou a fala de Helga?

- Explique por que o comportamento lingüístico de Hagar não corresponde ao de um falante comum?


ATENÇÃO: Todas as respostas deverão ser enviadas para:

profelder2004@yahoo.com.br

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tema importante


USO DA VÍRGULA



A vírgula é um dos elementos que causam mais confusão na língua portuguesa. Pouca gente sabe ao certo onde deve e onde não deve usá-la. O motivo disso é bem simples: sempre nos ensinaram do jeito errado!

Você deve lembrar da sua professora falando coisas como “a vírgula é usada para indicar pausa”, “prestem atenção em como vocês falam, quando tiver pausa, usem vírgula”. Isso é besteira, pois cada um de nós fala de um jeito diferente, usa pausas diferentes e, basicamente, decide como quer falar.

Mas não podemos simplesmente decidir onde vai e onde não vai vírgula. Ela tem poder demais para ser arbitrária. Quer ver o poder da vírgula?

Pois bem, existem algumas regras para o uso da vírgula, e elas são baseadas na gramática. Deu medo, né? Calma, o meu objetivo aqui é mastigar a gramática pra que você não estrague seus dentes ;-)

1. Use a vírgula para separar elementos que você poderia listar

Veja esta frase:

João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.

Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:

Foram almoçar:

· João

· Maria

· Ricardo

· Pedro

· Augusto

Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original:

João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.

Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo:

A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes)

2. Use a vírgula para separar explicações que estão no meio da frase

Explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por vírgula. Exemplos:

Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje.

Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar sintaticamente o trecho, seria um aposto.

Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar.

O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas. A classificação do trecho seria oração adjetiva explicativa.

3. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.

Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros — iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto adverbial antecipado. Exemplos:

Lá fora, o sol está de rachar!

“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.

Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.

“Semana passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo.

De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.

“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula.

4. Use a vírgula para separar orações independentes

Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto. Nós já vimos um tipo dessas, que são as orações coordenadas assindéticas, mas também há outros casos. Vamos ver os exemplos:

Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria. (A. de Alcântara Machado)

Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas assindéticas.

Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.

Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.

Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.

Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.

Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.

Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.

Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções adversativas, vai vírgula. Pra quem gosta de saber os nomes (se é que tem alguém), elas se chamam orações coordenadas sindéticas adversativas. (medo!)

Agora só faltam mais duas coisinhas:

Quando se usa vírgula antes de “e”?

Vimos aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem só um caso em que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:

O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)

Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:

A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora)

Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.

Existem casos em que a vírgula é opcional?

Existe um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar para a frase. Exemplos:

Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar.

Geralmente gosto de almoçar no shopping.
Geralmente, gosto de almoçar no shopping.

Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
Semana passada todos vieram jantar aqui em casa.

Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum professor dará errado se você omitir a vírgula.

Não se usa a vírgula!

Com as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos em que precisará da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente separando sujeito e predicado com vírgula. Isso é errado, e você pode ser preso se for pego usando!

Jeito errado:

João, gosta de comer batatas.

Alice, Maria e Luíza, querem ir para a escola amanhã.

Jeito certo:

João gosta de comer batatas.

Alice, Maria e Luíza querem ir para a escola amanhã.

Exercício sobre vírgula e pontuação

O seu Alfredo estava já no fim da vida e escreveu seu testamento. Infelizmente, ele esqueceu da pontuação, e o texto ficou assim:

Deixo minha fortuna a meu sobrinho não à minha irmã jamais pagarei a conta do alfaiate nada aos pobres

Reescreva o testamento 4 vezes, de forma que em cada uma delas você deve dar a herança pra alguém diferente. Você pode usar qualquer sinal de pontuação, mas não pode mudar as palavras.

É um exercício legal e tem várias formas de resolver. Escrevam suas tentativas aí nos comentários.